sexta-feira, 10 de junho de 2011

No fim cada um passa pelo que fez passarem

No fim é que a gente entende o que aconteceu. Mas só no fim, quando o tempo for curto demais. Quando a lembrança parecer vaga é que iremos nos lembrando aos poucos e entendendo certas coisas. É, justamente, no final, que descobrimos, quem está com a gente, quem sempre esteve, os que estiveram. Olharemos para trás e descobriremos um novo mundo, um mundo que criamos, e perceberemos o quanto diferente é o nosso mundo do qual pensávamos ser. Alguns, ao olhar, sentirão uma paz, uma felicidade, uma conquista, um final feliz. Alguns sentirão raiva, sentirão uma dor tortuosa, uma derrota em uma luta sozinha. Uma batalha da qual perdestes para contigo mesmo. Só no fim sentiremos o que plantamos, o que fizemos outros sentirem. No fim nem a morte, de quem ainda vive, cessa o arrependimento. Alguns morrerão não por deixarem de existir, mas por que existirão dentro de uma esfera de dor, medo, angústia, e se esses conquistaram boas pessoas talvez serão resgatados. Enquanto, alguns perderão tudo outros ganharão e serão homenageados por si mesmo. Eu sei disso, eu acredito. No fim cada um passa pelo que fez passarem. No fim a gente enxerga quem, realmente, se importou, quem realmente esteve junto, ajudando, apoiando. Quem esteve por nós.  Só no final, na última cartada. Pode ser tarde demais, não dependa da sorte. 

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